“Caso bárbaro e covarde”: Delegado fala sobre morte de bebê em Itaocara; pais foram presos

Os pais foram presos pela polícia nesta terça. Segundo o delegado Dr. Carlos Augusto, as investigações apontaram que a criança vinha sendo agredida fisicamente

“Caso bárbaro; um crime covarde”; assim foi classificada a morte da menina, de apenas três meses, pelo Delegado titular da 135ª Delegacia de Itaocara, Carlos Augusto Guimarães da Silva. Ele falou sobre o caso e prisão dos pais da bebê, em entrevista realizada na Região Integrada de Segurança Pública (RISP), em Campos. A menina morreu na última sexta-feira (22) em Itaocara. Segundo o delegado, a criança já chegou sem vida ao hospital do município, conforme constatou a equipe médica, que considerou a morte como suspeita.

Tem Instagram ❓❓ Siga o SF Notícias no Insta > @sfnoticias

O delegado informou que as investigações apontaram que a criança vinha sendo agredida fisicamente pelo pai por diversos dias, pois apresentava lesões corporais com estágios diversos de evolução, caracterizando a Síndrome de Silvermann (criança espancada). Ainda segundo o delegado, as agressões do pai contavam com a omissão penalmente relevante da mãe. “Essas lesões não eram patológicas, ou seja, não eram decorrentes de nenhuma doença, como alegado pelo pai da criança no primeiro depoimento. Ele negou qualquer tipo de agressão a criança e alegou, fantasiosamente, que as manchas no corpo da criança seriam provenientes de patologia” – disse o delegado. O pai chegou a afirmar que a menina sofria da doença dos “ossos de vidro”.

Durante a investigação a Polícia Civil anexou aos autos do inquérito farta documentação médica dos tratamentos realizados na criança que comprovam as lesões sofridas, inclusive com fraturas de tíbia e fêmur. Foi relatado ainda na coletiva pelo delegado que a criança foi levada a um ortopedista no dia 30 de junho após a mãe observar um inchaço no pé da menina. Foi constatada uma fratura na tíbia e dias depois a bebê retornou ao mesmo médico e foi constatada uma fratura no fêmur. “Só corroborou nossa tese de que a criança era mal-tratada” – disse o delegado. A mãe responde por omissão, por não ter providenciado acionamento de órgãos de percepção criminal e pela omissão de cuidados médicos, pois segundo o delegado, não teria levado a criança para ser imobilizada devido às fraturas constatadas pelo ortopedista como foi orientada pelo médico.

Ainda segundo o delegado, o laudo médico-legal apontou causa da morte como contusão abdominal, com lesão hepática, lesão do pâncreas, hemorragia peritoneal e retroperitoneal, além de contusão do crânio com edema cerebral provocados por ação contundente. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça de Itaocara, informou que obteve a decretação da prisão temporária de Gabriel da Silva dos Santos Ferreira e Vitória Carvalho Borges Barria pelo crime de homicídio qualificado.

Ainda segundo o Ministério Público, a bebê já havia sido levada anteriormente com manchas roxas a um hospital em Itaperuna, ocasião em que o Conselho Tutelar foi alertado, iniciando o acompanhamento do caso, com a mãe afirmando, sempre, tratar-se de manifestação de doença hematológica. O MP informou ainda que até o momento os médicos que acompanharam as primeiras internações do bebê são unânimes em afirmar que as lesões não são decorrentes de doenças, mas sim de maus tratos. Confira abaixo, ou em nosso Instagram @sfnoticias, o vídeo em que o delegado falou sobre o caso ao SF Notícias:

https://www.instagram.com/reel/Cgh0oaFgmnj/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

VEJA MAIS

VEJA MAIS

plugins premium WordPress