
Com os bancos da Igreja de Nossa Senhora Aparecida e São Fidélis vazios, em meio ao isolamento social devido à pandemia do coronavírus, foi celebrada nesta quinta-feira (21/05) a missa de 7º dia da professora Sônia Sóta. Como forma de representar dezenas de alunos/ex-alunos, colegas de profissão e os demais integrantes da família Colégio Estadual de São Fidélis, camisas com estampas dos 47 anos da instituição foram dispostas nos bancos da paróquia, uma forma de se fazer presente para um último adeus. “Mesmo quando não podemos estar perto fisicamente, nos reinventamos para nos fazer presentes de alguma forma e ressignificar aquela que jamais morrerá em nossas lembranças. Estar presente é muito mais que um encontro, mas a permanência pelo sentimento que entrelaçou o coração. Hoje com muito mais intensidade significamos a força “daquele abraço”, na certeza que eternizada está, aquela que viveu além do ordinário, deixando em cada um de nós sua marca, a sua arte e a sua alma” – publicou o colégio em sua página no Facebook. (continua após a publicidade)
Durante a missa, o Padre Gaspar Pelegrini lembrou que a data coincidia com o dia da ascensão de Jesus. “É uma celebração que nos fala da vida eterna, que nos fala do céu. Jesus quando se despediu dos apóstolos na última ceia, entre as muitas coisas que ele disse para seus amigos, disse: ‘Eu sai do pai, e vim ao mundo. Agora eu deixo o mundo e volto para o pai’. Essa é, digamos, o resumo da vida de Jesus, mas essa é também a nossa história. Esse é o percurso que nós também queremos realizar. Mais do criaturas de Deus, fomos elevados a dignidade de filhos de Deus […] Essa dificuldade que temos de aceitar a morte é porque em nosso coração, criado por Deus, existe esse desejo de viver para sempre” – disse. A professora de Língua Portuguesa e Literatura, e Artes Visuais, também viverá eternamente através de seus feitos para a educação e cultura fidelense, tendo sido uma das fundadoras da Associação Cultural Fidelense, integrante da Academia Fidelense de Letras (AFL) e idealizadora do grupo de teatro Máscara e do bloco Bal Masqué, que animava o carnaval da “Cidade Poema”. Professora, artista e mãe, Sônia foi a sexta fidelense a ter a sua vida ceifada pela Covid-19.