Após recuo do Governador, professores e alunos fazem nova manifestação em São Fidélis

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Fotos: Matheus Berriel

Um dia após o Governador Luiz Fernando Pezão retirar o projeto de lei que previa um aumento de 11% para 14% dos salários no desconto previdenciário dos servidores e possibilitava a não concessão de reajustes salariais em casos de estouro do limite, professores e estudantes da rede estadual de ensino voltaram às ruas em São Fidélis.

Na manhã desta quarta-feira (09.03), aconteceu uma nova manifestação, reforçando outras reivindicações que já vinham sendo feitas. Com a maior parte dos participantes vestindo preto e segurando um pano de luto, o grupo de manifestantes passou pelas principais ruas do Centro com gritos de ordem, apitos, faixas e distribuição de panfletos. No peito dos professores, adesivos pedindo a saída de Pezão.

Nesta manifestação, os representantes das escolas estaduais de São Fidélis, que já haviam participado de protestos anteriores, receberam apoio de um grupo do CETEP/FAETEC. Entre as cobranças, estão a a climatização das salas escolares, melhorias na merenda para os alunos, retorno de funcionários de segurança, etc. Em conversa com o SF Notícias, um dos organizadores do protesto, o professor de educação física Mauricio Paes, do Colégio Estadual Elvídio Costa, citou a primeira vitória das manifestações, mas deixou claro que a luta por melhorias na educação continua.

3– Essa reivindicação tem vários pontos. Um dele foi conquistado ontem, com eles voltando atrás na questão do Rioprevidência, que queriam passar de 11% pra 14%, mas o Pezão tirou da pauta. Mas isso é um pequeno ponto. Queremos atentar que estamos tentando mobilizar, pra fazer em prol dos alunos. Se os pais não perceberam, as escolas estão sucateadas. A gente tem necessidade de climatizar as salas de aula, que são muito quentes. O estado paga uma firma para climatizar as escolas, mas essa manutenção nunca vem. As escolas estão sem ar, sem ventilação, e os alunos sofrem pra aprender ali. A merenda está de péssima qualidade, quando tem. Os primeiros que entram na fila, comem uma comida. Os do final, as vezes nem comem, porque não tem. A gente sabe da violência que está em todos o país, e tiraram os vigias e porteiros da escola. – disse Maurício, que citou a ausência de professores de algumas disciplinas para estudantes do ensino médio.

– Quero deixar enfatizado que não estamos correndo atrás só da nossa questão de direito, dos professores. A base maior é a questão de direito do aluno aprender com dignidade. Hoje, temos alunos de terceiro ano que não têm professores de matemática, de química, porque nossa profissão ficou tão desvalorizada que ninguém quer fazer prova para ser professor. Não tem professor para essas áreas. E, como um aluno sai do ensino médio para fazer um vestibular, uma faculdade, sem ter base de matemática, química ou física? Eu queria que os pais atentassem para essa situação, e viessem para a rua com seus filhos, para nos ajudarem nessa questão. Nossa reivindicação é por todos eles. Somos apenas parte disso. A maior parte das reivindicações é em prol dos alunos. O professor está com salários atrasados. Não só o professor, como todo funcionalismo – complementou o professor.

4A greve dos professores das escolas estaduais completou uma semana nesta quarta. Até então, não há prazo para o retorno das aulas. Focados a continuarem na luta pelos direitos, os professores que participam do comando de greves de São Fidélis terão uma reunião para definirem novas datas no calendário de manifestações, que deve se estender por outros distritos do município e também por cidades vizinhas. Além dos problemas citados, o atraso no pagamento do salário continua incomodando.

– O primeiro passo é voltar a manutenção da climatização das escolas, voltar com os vigias, os serventes, que estão trabalhando em rodízio. Esse pessoal é de suma importância para o funcionamento das escolas. E, também, sentar com os professores, para ver como vão solucionar nossos problemas. Hoje é dia 9 de março. Seria o nosso salário. Cadê o salário? Não só dos professores, como também de todo o funcionalismo. Dos policiais, dos bombeiros, de todo mundo. Cadê o salário?  – desabafou Maurício.

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